LGPD: como ela vai impactar o seu negócio?

Quem nunca teve que preencher um formulário com várias informações pessoais para fazer um simples registro de fidelidade na farmácia? Durante muito tempo a única coisa que tínhamos certeza era que nossos dados eram importantes para aquela empresa, mas não sabíamos ao certo como e para que eles seriam usados. Isso até a criação da LGPD.

A partir da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o trato com as informações que você colocar em qualquer formulário ou ceder a uma empresa passa a ser regido por diversas diretrizes. O mesmo vale para situações online, onde você dá seus dados para inscrição em um aplicativo, por exemplo.

Após escândalos de vazamentos envolvendo campanhas políticas e redes sociais, a segurança de dados no ecossistema digital que vivemos passou a ser preocupação no mundo todo.

Neste artigo vou te ensinar, sem nada de juridiquês, como funciona essa tal lei e quais são as implicações dela no mundo do planejamento de marketing e venda das empresas. Por fim, ainda vou te mostrar 4 medidas que você pode tomar para que seu negócio se enquadre na lei. Não precisa ter medo!

O que é a LGPD?

A LGPD, sancionada em agosto de 2018, é inspirada na GRPD, a versão europeia da nossa lei. A LGPD trata da regulamentação do uso de dados pessoais, tanto online quanto off-line, nos setores públicos e privados.

Seu maior objetivo é garantir ao usuário mais privacidade e controle dos seus dados, garantindo também a cibersegurança do brasileiro. Você precisa saber em letras maiúsculas para que seus dados serão usados – e por quem.

E não vale aquelas letrinhas de bula de remédio: a lei prevê que o entendimento do cliente seja inequívoco, ou seja, esteja completamente claro e direto, sem espaço para enganações.

Primeiro precisamos entender o que são dados pessoais. Segundo a LGPD, dados pessoais são qualquer informação que identifique ou promova a identificação de um indivíduo. Além de dados como nome, RG, CPF, também pode ser classificado como dado pessoal seu histórico de navegação na internet, por exemplo.

10 bases legais para fazer um tratamento de dados pessoais

A LGPD prevê que todo dado pessoal seja compartilhado de forma livre, informada e inequívoca. Ela também estabelece 10 bases legais para que as empresas façam um tratamento correto dos dados pessoais de seus clientes. São elas:

  • Consentimento
  • Cumprimento de Obrigação Legal ou Regulatória do Controlador
  • Execução de políticas públicas
  • Estudos por órgãos de pesquisa
  • Execução de contrato/ Diligências pré-contratuais
  • Exercício regular de direitos
  • Proteção da vida
  • Tutela da saúde
  • Interesses legítimo do controlador/terceiro
  • Proteção ao crédito

Para fins de marketing, o consentimento com certeza é o ponto principal e a forma mais fácil de se obter informações. Sempre que você quiser utilizar o dado do seu cliente, informe a ele.

E não deixe de fazer isso em absolutamente nenhuma hipótese, já que as penalidades para o descumprimento da lei vão desde advertências até multas que podem chegar até R$ 50 milhões.

Há também a possibilidade de você conseguir legalmente acesso aos dados do seu cliente por meio do interesse legítimo do controlador/terceiro. O que isso significa? O interesse legítimo pode ser configurado em situações quando os dados forem utilizados para o apoio e promoção das atividades do controlador (dono do negócio).

Um exemplo é quando o seu cliente realiza a compra de um determinado produto, fazendo uma contratação prévia do seu serviço e cedendo dados como nome, endereço, telefone. Nesse caso, você pode enviar a ele uma propaganda de um produto complementar ao que foi comprado em seu negócio.

Como proteger o meu negócio?

Não precisa de pânico: a lei passa a valer integralmente em fevereiro de 2020 e até lá dá tempo de você regularizar tudo que precisa. Minha dica é seguir os 4 passos que vou te dar:

Saiba organizar as informações

Você não quer correr o risco de cometer alguma infração por conta de desorganização. Organize o gerenciamento das informações que você coleta dos seus clientes. Sua empresa precisa saber quais dados são necessários e em quais operações eles são utilizados.

Crie uma metodologia específica e definida para isso. Não acumule dados que você não precisa. E sempre tenha esses dados à mão: a lei prevê que a qualquer instante o usuário possa solicitá-los – e você deve atender.

Atualize os sistemas da sua empresa

Não dê mole utilizando um aplicativo ou software que tenha brechas ou falhas. Atualize tudo sempre que possível e proteja os dados dos seus clientes. Caso sua empresa seja alvo de um ataque ou crime virtual, é você que irá responder se os dados dos clientes forem expostos.

UX: o foco agora é na experiência

Dê autonomia ao seu cliente e o ofereça uma boa experiência do usuário em suas redes. Transmita confiança ao deixar bem claro quais são seus objetivos quando pede algum dado pessoal. Isso influencia positivamente inclusive no relacionamento com o cliente.

Avalie e antecipe os impactos

Ainda estamos em 2019 e você tem 6 meses até a implementação total da lei. Avalie todos os impactos que a LGPD pode causar ao seu negócio e procure estar sempre informado. Saiba que possuir dados dos seus clientes é uma grande responsabilidade.Gostou de aprender mais sobre a LGPD e suas implicações no marketing e nas vendas nos negócios? Fique por dentro de todas as novidades e assine minha newsletter! Você vai receber conteúdos bacanas iguais a esse direto na sua caixa de e-mail.

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