Estava aqui scrollando o TikTok quando me deparei com um vídeo de um anúncio francês que me prendeu na primeira cena.
Era uma campanha que invertia a lógica do mundo que conhecemos: e se as pessoas sem deficiência fossem consideradas “fora do comum” e precisassem se adaptar a um mundo feito para quem tem deficiência?
Além de genial, o vídeo me fez refletir sobre o meu papel como profissional de marketing.
Quantas vezes pensamos em acessibilidade digital nas nossas estratégias?
Quantas pessoas deixam de acessar um conteúdo, uma informação ou até mesmo um produto porque simplesmente não conseguimos nos colocar no lugar delas?
Depois disso, fui pesquisar o que há de mais atual sobre acessibilidade digital e como nós, profissionais de marketing, podemos fazer a diferença e nos atualizar sobre o assunto.
Bora entender mais sobre o tema juntos?
O que é acessibilidade digital?
Acessibilidade digital nada mais é do que garantir que todo mundo (independente de ter ou não alguma deficiência) consiga navegar, consumir conteúdo e interagir com sites, apps e plataformas sem barreiras.
É sobre tornar a internet um lugar mais democrático, onde ninguém fica de fora.
Pensa comigo: sabe quando você acessa um site e ele carrega rapidinho, tudo bem organizado, fácil de achar?
Agora imagina alguém que precisa de um leitor de tela ou de legendas para consumir aquele conteúdo.
Se o site não estiver preparado, essa pessoa simplesmente não consegue usar, e isso é excludente pra caramba.
A acessibilidade digital é justamente pensar nessas necessidades desde o começo.
Não é só um bônus ou algo “legal de ter”, é um compromisso com a inclusão.
IA e acessibilidade digital
Não dá pra falar de acessibilidade sem trazer a Inteligência Artificial para o debate.
Ferramentas como reconhecimento de voz, leitores de tela e tradução automática já fazem parte do dia a dia de muitas pessoas, e são impulsionadas pela IA.
A própria IA generativa, que uso diariamente, tem um papel enorme na inclusão.
Vi recentemente um vídeo da Microsoft que mostra como o Copilot pode ajudar pessoas neurodivergentes a adaptar a linguagem dos textos para um tom mais casual ou mais direto, dependendo da necessidade.
Para quem tem dislexia, a tecnologia pode simplificar textos com apenas um comando, tornando a comunicação muito mais acessível.
É incrível pensar como essas soluções podem transformar a vida de tanta gente, e cabe a nós, que trabalhamos com comunicação, entender e aplicar essas ferramentas para criar campanhas e produtos mais inclusivos.
1. IA para Acessibilidade
A questão da acessibilidade no Brasil
Aqui no Brasil, o cenário ainda deixa a desejar.
Apesar de 79% das empresas considerarem a responsabilidade social uma prioridade, mais da metade delas ainda desconhece o conceito de acessibilidade digital.
Os dados são do Panorama da Acessibilidade Digital no Brasil, divulgado pela Exame.
A pesquisa mostra que 61% das empresas não oferecem cursos sobre acessibilidade para seus colaboradores e apenas 42% contam com um profissional especializado em diversidade e inclusão.
Isso sem falar que apenas 1% dos sites brasileiros são realmente acessíveis para pessoas com deficiência.
Parece pouco, né? Porque é.
A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) já define acessibilidade como um direito fundamental, mas na prática, ainda há um caminho enorme pela frente.
Como profissionais de marketing, precisamos colocar o tema na pauta e ajudar a construir experiências digitais que sejam, de fato, para todos.
Tendências de acessibilidade digital
De uns tempos pra cá, o mercado tem evoluído de uma maneira que a acessibilidade deixou de ser só um “diferencial”, pra se tornar algo essencial.
E não estou falando só de sites e apps que atendem às necessidades dos usuários, mas também de experiências que consideram as mais diversas formas de interagir com o mundo digital.
Vou te dar um panorama bacana do que está rolando, e como as empresas podem aproveitar disso (de um jeito super conectado com o marketing digital, claro).
1. Inteligência Artificial (IA) e a Acessibilidade 24/7
Se tem algo que está bombando e que ajuda a levar a acessibilidade a um novo nível, é a IA. Ferramentas de IA estão melhorando a interação de pessoas com deficiências visuais, auditivas ou motoras com o ambiente digital de um jeito muito inteligente.
- Exemplo prático: imagine um site que usa IA para criar legendas automáticas ou traduzir vídeos em tempo real para Libras (Língua Brasileira de Sinais). Já existem plataformas de vídeos, como o YouTube, que utilizam IA para gerar essas legendas, mas a tecnologia está avançando para dar mais precisão e até incluir interpretações contextuais.
- Outro exemplo: assistentes virtuais como o Siri, Google Assistente ou Alexa, que estão cada vez mais afinados em entender comandos complexos e ajudar pessoas com dificuldades de locomoção ou outras limitações a navegar pela web ou interagir com dispositivos.
2. Realidade Aumentada (AR) e Inclusão Digital
Essa tecnologia que sempre pareceu “futurística” está se tornando uma aliada poderosa da acessibilidade. AR permite experiências que podem ser usadas para adaptar o conteúdo a diferentes necessidades, como ajuda visual, interatividade mais intuitiva e até mesmo criação de espaços virtuais inclusivos.
- Exemplo prático: a Apple, por exemplo, tem desenvolvido o ARKit, que permite a criação de experiências em AR para tornar ambientes mais acessíveis. Em museus ou espaços culturais, a AR pode oferecer conteúdo adicional (como informações em texto ou áudio) para visitantes com deficiência auditiva ou visual. Imagina um visitante cego em um museu que usa um app com AR para receber a descrição sonora de uma obra de arte? Isso já está rolando.
- No mercado de moda: algumas marcas estão começando a usar AR para ajudar pessoas com deficiências motoras a experimentar roupas virtualmente. Ao invés de provar as peças fisicamente, o cliente consegue visualizar como as roupas ficariam nele, sem necessidade de ir até uma loja física.
3. Desenvolvimento Web Inclusivo
Isso aqui é essencial e vai além do básico “site responsivo”. A acessibilidade digital no design e desenvolvimento web se tornou prioridade.
Empresas estão cada vez mais preocupadas em garantir que seus sites funcionem para todos os usuários, independentemente das suas limitações.
- Exemplo prático: otimizar sites para que possam ser navegados com leitores de tela (usados por pessoas com deficiência visual) é uma prática crescente. Além disso, recursos como alto contraste de cores, navegação por teclado e até ajustes de tamanho de fontes têm sido cada vez mais aplicados. O WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) é uma diretriz que está ajudando as empresas a melhorar esses aspectos. Algumas plataformas já estão oferecendo plugins de acessibilidade para sites, permitindo que o usuário personalize a experiência (tamanho da fonte, contraste, etc.) de acordo com suas necessidades.
4. Eventos Digitais Acessíveis
Com a ascensão de eventos digitais e híbridos, a acessibilidade tem sido uma preocupação crescente. As empresas de tecnologia têm buscado formas de tornar essas experiências mais inclusivas.
- Exemplo prático: Imagina um evento online de grande porte, como uma conferência ou webinar, onde você tem interpretação simultânea em Libras, legendas em tempo real (não apenas para o áudio, mas também para identificar o que está sendo mostrado nas telas) e até a opção de tradução automática para diferentes idiomas. Isso já está sendo feito em plataformas de conferências digitais, como o Zoom, onde você pode ter legendas e traduções em tempo real. Isso facilita a inclusão de pessoas com diferentes deficiências auditivas ou até quem não fala a língua do evento.
5. Design de Produtos Físicos Acessíveis
Não é só o digital que está nessa onda de acessibilidade. Cada vez mais, empresas de tecnologia estão se preocupando com a inclusão de pessoas com mobilidade reduzida ou outras deficiências. Por exemplo, interfaces de produtos físicos, como smartphones, smartwatches e dispositivos IoT, estão se tornando mais acessíveis.
- Exemplo prático: o Google lançou o “Lookout”, um app que usa IA para ajudar pessoas com deficiência visual a identificar objetos ao seu redor. O app usa a câmera do celular e fornece feedback audível sobre o ambiente, o que é perfeito para quem não consegue ver, mas quer interagir com o mundo digital de forma mais natural.
iDea e acessibilidade digital
E aí, depois de tanto papo sobre as possibilidades incríveis de acessibilidade digital, não sei vocês, mas minha cabeça explodiu com tantas ideias!
Dá até vontade de fazer mais e mais, né? Cada ferramenta nova, cada inovação parece abrir um universo de oportunidades para tornar o digital mais inclusivo.
E é exatamente por isso que a iDea Remota começou sua jornada criando conteúdo em Libras nos vídeos que produzimos para os nossos clientes.
Afinal, a acessibilidade não é só uma obrigação – é um caminho para conectar e ampliar nossa presença digital de forma mais humana e inteligente.
Vamos juntos nessa?